WYtalk design biofílico

WYtalk: Locais de trabalho inspiradores podem ser tão inspiradores quanto saudáveis?

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As necessidades e vontades dos trabalhadores têm mudado muito e o mesmo tem acontecido com os locais de trabalho. Grandes salas, secretárias, computadores e luz branca parecem ser mesmo algo do passado, mas afinal, quais são as características dos escritórios do futuro?

Este foi o mote da WYtalk «Um espaço de trabalho pode ser tão inspirador quando saudável?», focada na importância do design biofílico nos espaços de trabalho. O encontro aconteceu no dia cinco de junho, na Casa da Praia (WYgroup), e contou com um debate entre Inês Simões, Director of Corporate Communication, Brand and Organizational Culture do Grupo Ageas Portugal, Marta Silva Carvalho, Head of Marketing & Communications da JLL e Nuno Matos Cabral, Head of Creativity do Gato Preto, moderado por Filipa Montalvão, Founding Partner da White.

O design biofílico «não é uma ciência exata, mas tem regras» e resume-se a «uma simbiose entre o Homem e a natureza», segundo Nuno Matos Cabral. Com os trabalhadores a passarem cada vez mais tempo dentro de escritórios e salas, é necessário «trazer o meio ambiente» para estes espaços.

«No início do século surgiu uma preocupação com a pessoa. Ou seja, espaços pensados para a pessoa, com mais claridade, luz, economia, conforto», explicou. A pandemia intensificou a necessidade de criar escritórios mais confortáveis de forma a cativar os trabalhadores, trazendo de volta o conceito do design biofílico. Desde então, outras necessidades têm surgido da parte dos trabalhadores.

Os requisitos para os escritórios do futuro

Marta Silva Carvalho referiu que 90% dos trabalhadores veem a flexibilidade como a principal prioridade e 60% recusa mesmo trabalhar numa empresa que não seja flexível, de acordo com um estudo realizado pela JLL.

A principal exigência para os novos escritórios é existirem salas para reuniões em vídeo e «espaços que comuniquem entre si». «Os nossos projetos já têm a questão do design biofílico inerente», acrescentou.

Nuno Matos Cabral explica que existem vários requisitos para implementar esta filosofia, tais como incorporar «grandes superfícies vidradas para evitar a utilização de energia elétrica e priorizar a energia solar» e ter muitas «janelas que permitam a circulação de ar», de forma a evitar ar condicionado. As plantas não devem ter apenas uma função decorativa, existindo espécies que «ajudam a refrescar ou purificar o espaço de trabalho».

A utilização de materiais naturais é outro pilar desta filosofia, sendo preferível utilizar «madeiras, cortiças, areias, barros e argilas», com foco na sustentabilidade.

Ainda assim, trazer os trabalhadores para o escritório tem-se revelado mais difícil do que o esperado. Inês Simões refere que é essencial adaptar os espaços às novas necessidades dos colaboradores, «para dar sentido ao edifício, que seja quase como uma extensão da vida dos funcionários e que não sintam que de repente vão estar atrás de uma secretária».

«Tentamos dar esta vida aos espaços para que as pessoas tenham vontade de ir e que também seja um palco para mais criatividade, colaboração e bem-estar físico e mental», acrescentou.

Em suma, esta WYtalk trouxe perspetivas sobre a importância dos locais de trabalho no bem-estar e produtividade das equipas. Conceitos como o design biofílico e outras inovações estão a transformar os escritórios do futuro, que devem estar adaptados às necessidades dos trabalhadores, em constante mudança.

Artigo originalmente publicado na revista LIDER.