João Santos, COO do WYgorup, traz à luz a sua visão sobre sinergias que produzem mais energia. Lê a entrevista na íntegra.
[Briefing] Briefing | Estava há 16 anos na Tempus. O que o levou a assumir este novo cargo?
Se há coisa que aprecio na vida é um bom desafio, o que felizmente sempre me foi surgindo ao longo da minha carreira. Tive a felicidade de ser desafiado para este projeto, onde partilho muitas visões de negócio e futuro, e onde se cruzam propósitos de dedicação e trabalho com o marketing e as marcas. Se bem que venho do “lado do cliente”, como se costuma dizer, no ADN do WYgroup está muito marcado o trabalho em parceria, lado a lado com cada um dos clientes, onde se geram verdadeiras equipas interdisciplinares e complementares. Portanto, penso que o passo de vir para o “lado da agência” acabou por ser natural, que traz ainda mais para o grupo a “visão do cliente” no centro da estratégia de negócio.
O que se propõe alcançar como COO do WYgroup em 2021?
Em primeiro lugar, é fundamental apoiar cada uma das agências que coordeno no grupo – a By, a Performance Sales, a Fever, a WHITE, a NERVO e a Bloomcast – a atingirem os seus objetivos, preservando sempre o que as distingue, as suas características intrínsecas. Também, dentro do propósito de alinhamento das agências, está a identificação e amplificação de sinergias de atuação dentro do grupo, que gere valor para os nossos clientes. Há muito potencial nas variadas conjugações que se podem fazer no âmbito da experiência de consumidor e na comunicação integrada, e muitas competências e talento in-house. O exemplo mais simples serão os modelos de comunicação digital: as nossas capacidades cobrem todas as valências, desde a criação e desenvolvimento de sites e conteúdos criativos até ao modelo de e-commerce, passando pela media digital, data, SEO, branding e design, etc. A verdade é que estas agências trazem um trabalho criativo incrível para cima da mesa todos os dias, e mais ainda quando se complementam nas suas valências. Aí o que conseguimos entregar é muito maior que a soma das partes que o compõem, e é esse campo que também é prioritário, para mim, dar a conhecer ao mercado.
De que modo pretende aproveitar as sinergias entre as seis agências dentro do grupo?
Cada vez mais, a diferenciação se faz pela capacidade de entender as necessidades que o cliente identifica – seja ele uma questão de branding, de notoriedade ou de negócio – e o verdadeiro valor está em conseguirmos colocar ao seu serviço as valências de cada uma das nossas agências, possibilitando resolver em tempo útil a necessidade em questão. As sinergias vão-se conseguir “olhando para fora”, para os nossos clientes e para os seus clientes, e na forma como podemos ajudar a potenciar o seu negócio de forma mais eficiente. Essa irá ser a nossa melhor sinergia, e um dos meus focos.
Onde residem as maiores potencialidades de crescimento dentro do grupo?
O WYgroup é um grupo de matriz criativa e tecnológica, que tem na sua essência um modelo de comunicação digital assente numa base muito forte de dados e de tecnologia. Estes serão os motores de crescimento do grupo. A digitalização dos modelos de negócios não passa apenas por ter um site bonito, significa todo um mundo novo para muitas empresas, com impactos efetivos em todas as variáveis do negócio. Julgo que aqui, com a capacidade e know-how que temos de agregar competências e valências internas de forma dinâmica, ágil e sinérgica, podemos oferecer soluções integradas de negócio que cruzam tecnologia, inovação, criatividade e dados em serviços digitais, e que consequentemente, geram mais valor, com real impacto, para os nossos clientes.
Como responde o grupo a um contexto em que o digital acelerou a sua importância?
Os 20% de crescimento YoY [Year Over Year] de 2020 respondem na perfeição a esta pergunta. A nossa aposta, desde o início do ano, no recrutamento de mais de 30 pessoas que se enquadram nos nossos valores de capital humano, respondem ao resto da questão.
Ao longo de 2020, o WYgroup e as suas agências souberam dar uma resposta eficaz e muito positiva aos vários pedidos de transição e de aceleração digital que muitas empresas se viram forçadas a fazer, para se adaptarem a uma nova realidade e poderem chegar aos seus consumidores. Este salto tecnológico é uma transformação muito significativa para o negócio dos nossos clientes, e um exemplo de como o nosso trabalho pode dar um suporte valioso às estratégias de negócio e de comunicação das marcas, que vemos como parceiras. Digo-o com orgulho e reconhecimento do trabalho feito, e uma vez que nada dele tem a ver comigo, ainda me coloca mais pressão positiva para fazermos ainda mais e melhor, no futuro.
Quais os maiores desafios para o grupo em época de pandemia?
Acredito que o trabalho remoto é o grande desafio partilhado por muitas empresas portuguesas, nesta nova realidade. Não só pelo isolamento que traz, mas pela falta das conexões humanas, tão essenciais nas relações entre equipas. As empresas não são só os serviços que oferecem, mas as pessoas que têm, as relações que se criam, as empatias, a proximidade, a cultura criada ao longo dos anos. É disso que se alimentam os processos de trabalho criativo e se dá fluidez a um processo que desde a sua génese é partilhado.
Temos muitas pessoas fantásticas connosco, e graças ao seu profissionalismo e espírito de ajuda e solidariedade, temos vindo a ultrapassar com sucesso este período.
Temos também os escritórios mais bonitos onde alguma vez trabalhei, e que estão ainda por inaugurar. A nossa beach house em frente à praia de Santo Amaro de Oeiras, um open-space de 3000m2 com uma vista imbatível e instalações lindíssimas, já está pronta para receber todas as nossas equipas, e sonhamos com o dia de nos podermos juntar todos aí. Logo que nos seja possível, o convite para nos visitarem na nossa nova casa será feito, claro!
2020 trouxe-lhe ensinamentos?
O ano 2020 proporcionou-me profundos ensinamentos. Penso que para todos nós. Foi um ano que nos permitiu ver o melhor e o pior que temos no mundo, a solidariedade e o egoísmo, a entrega e a recusa. Em primeiro lugar, ensinou-me a nunca tomar nada como garantido. Algo que não conseguíamos sequer imaginar alterou-nos completamente a vida e as nossas prioridades. O segundo ensinamento foi a necessidade de me manter completamente fiel aos meus princípios. Devemos de ser flexíveis e adaptáveis, mas acima de tudo nunca deixar ninguém para trás. O mais importante do mundo são as pessoas!
Publicado originalmente na Briefing.