A Inteligência Artificial tem vindo alterar a forma com as marcas comunicam com os consumidores, oferecendo uma maior personalização, otimização e automatização de campanhas, criando desta forma uma experiência mais envolvente e direcionada. Exemplo disso, são as plataformas de streaming como a Netflix e Spotify que utilizam algoritmos de IA para recomendações de conteúdo, criando uma conexão mais profunda entre a marca e o cliente.
Da mesma forma, em diversas ferramentas que utilizamos no nosso dia-a-dia em gestão de campanhas, SEO, CRM e automação, os algoritmos de IA e machine learning são essenciais para agilizar e otimizar o processamento da informação.
Contudo, se não tivermos a matéria prima que é a “DATA”, de forma organizada, fidedigna e representativa da realidade, as ferramentas de IA poderão não ter o resultado esperado. Esta simbiose é essencial para que se possam extrair insights, prever tendências, criando desta forma valor para as empresas e clientes.
Outro exemplo, onde a IA está a impactar de forma significativa a forma de comunicação entre as marcas e os consumidores é através dos chatbots e assistentes virtuais que podem responder a perguntas, fornecer recomendações de produtos e até mesmo processar pedidos. Esta abordagem permite não só melhorar o atendimento ao cliente, mas também libertar os colaboradores das empresas para se concentrarem em tarefas mais complexas e estratégicas.
Temos vindo assistir cada vez mais a uma expansão na utilização da IA, como por exemplo a integração com a realidade aumentada. As marcas estão a usar cada vez mais a RA para criar experiências interativas que permitem aos consumidores visualizar produtos em tempo real antes de efetuarem uma compra.
Em traços gerais, a IA no marketing veio possibilitar uma tomada de decisão baseada em dados de forma mais ágil e precisa, melhorando a experiência do cliente, a eficiência operacional e sobretudo a escalabilidade, permitindo que as acções de marketing sejam ampliadas com um menor esforço humano.
Não deixa também de ser verdade a outra face da moeda, que se prende sobretudo com os desafios éticos e a privacidade. Da mesma forma que as ferramentas de IA se tornam mais sofisticadas e aprimoradas em coletar e analisar dados, as preocupações com a segurança e o uso ético desses dados também aumentam. Face ao exposto, uma análise cuidada dos riscos é essencial, bem como uma regulamentação que estabeleça os limites de uma utilização ética, transparente e responsável.
Outro desafio na minha ótica, é o toque humano. Apesar de todas as vantagens que a IA tem aos dias de hoje e no futuro, a interação humana em situações complexas e emocionais claramente é necessária. As marcas devem equilibrar o uso da IA com o atendimento humano tendo como premissa final uma relação autêntica com os seus consumidores, pois só assim vão conseguir criar vantagem competitiva e melhorar a experiência do cliente.
A IA irá certamente ter impacto no mercado de trabalho. É verdade que uma ampla gama de empregos irá desaparecer no futuro, mas também novas oportunidades irão surgir, pelo que será necessário uma “reespecialização” nesta matéria, não olhando para a IA como um entrave, mas antes como uma oportunidade.
O impacto da IA no marketing é inegável e não apenas uma tendência, mas antes uma evolução contínua que oferece vantagens significativas na sua utilização e uma maior capacidade de atender e entender as necessidades dos consumidores num cenário cada vez mais dinâmico.
Artigo de opinião escrito por Alexandre Pais, Head of Marketing Automation da WYperformance e publicado exclusivamente na Briefing