Quem nunca chegou a casa abriu a caixa do correio e ficou furioso com a quantidade de papel – leia-se folhetos promocionais – que encontrou lá dentro? Quem nunca procurou na Net o preço daquele produto que compramos todas as semanas para saber onde está mais barato? Amor ou ódio, necessário ou supérfluos? Qual é o futuro desta ferramenta comercial?
Com o avanço da tecnologia e a crescente presença dos telemóveis no quotidiano das pessoas, o tradicional folheto promocional em papel está a ser substituído por soluções digitais mais interativas e personalizáveis. Esta mudança reflete uma evolução necessária no modo como o retalho comunica com os consumidores, adaptando-se às preferências e comportamentos contemporâneos.
Os folhetos promocionais em papel, apesar de ainda serem amplamente utilizados, enfrentam desafios significativos. Muitos consumidores consideram-nos inconvenientes e descartáveis, contribuindo para o desperdício de papel e poluindo o ambiente. Além disso, a sua eficácia em alcançar e envolver os consumidores é questionável, uma vez que muitas vezes são ignorados ou esquecidos rapidamente. Por outro lado, o custo da matéria-prima, da impressão e da distribuição, levam as empresas a questionar a sua rentabilidade efetiva.
Os telemóveis tornaram-se uma parte indispensável da vida moderna, proporcionando uma oportunidade única para o retalho se relacionar de forma mais eficaz com os consumidores. Ao migrar para plataformas digitais, os folhetos promocionais podem tornar-se mais dinâmicos, interativos e personalizados, oferecendo uma experiência de utilização mais envolvente e relevante.
Uma das principais vantagens da digitalização dos folhetos promocionais é a capacidade de oferecer conteúdo personalizado com base nas preferências e histórico de compras dos consumidores. Por exemplo, uma loja de moda pode enviar ofertas exclusivas de produtos com base nas compras anteriores de um cliente ou nas suas preferências de estilo. Esta abordagem aumenta a relevância das promoções e fortalece a relação entre a marca e o consumidor.
Além disso, os folhetos digitais podem incluir elementos interativos, como vídeos, animações e jogos, que aumentam o envolvimento do utilizador e tornam a experiência de compra mais divertida e memorável. Por exemplo, uma marca alimentar pode criar um folheto digital com receitas interativas de acordo com os produtos da marca que o consumidor tenha nesse dia na sua dispensa ou no seu frigorifico.
Outra vantagem da digitalização é a capacidade de atualizar facilmente o conteúdo dos folhetos em tempo real. Em vez de imprimir novas versões sempre que houver uma promoção ou alteração de produtos, as marcas podem simplesmente atualizar o conteúdo online, garantindo que os consumidores sempre tenham acesso às informações mais recentes.
Um exemplo prático desta abordagem é a possibilidade que oferece aos clientes de terem ofertas personalizadas com base nos seus hábitos de compra e permite-lhes comprar os produtos diretamente a partir do folheto adicionando-os ao carrinho de compras online. Porquê obrigarmos o consumidor a deslocar-se se podemos trabalhar na conversão imediata…
No entanto, é importante distinguir entre uma webapp e uma aplicação móvel convencional. Enquanto uma webapp é acessível através de um navegador da web e não requer download ou instalação, uma aplicação móvel tradicional deve ser descarregada e instalada no telemóvel do utilizador. Esta diferença pode ter um impacto significativo na adoção e na acessibilidade da solução. Uma webapp oferece uma experiência mais leve e acessível, enquanto uma aplicação móvel pode oferecer funcionalidades mais avançadas, mas pode ser mais difícil de atrair utilizadores devido ao processo de instalação. Para além disso, a webapp permite uma panóplia de acessos diversos – Qrcode, SMS, email, … – o que a torna mais flexível em termos de acessos e partilha, permitindo que a informação se propague mais facilmente.
A transformação digital dos folhetos, sejam eles promocionais ou não, representa uma oportunidade emocionante para as marcas melhorar a sua comunicação com os consumidores, oferecendo experiências mais relevantes, interativas e personalizadas. Ao abraçar esta mudança, as marcas podem não apenas melhorar a sua eficácia de marketing, tendo capacidades para captura de dados e para medição de conversão, mas também contribuir a redução de custos operacionais, para a redução do desperdício de papel e para a proteção do meio ambiente.
Artigo escrito pelo João Santos, COO do WYgroup, e originalmente publicado na Hipersuper.