Na última edição das WYtalks, Rui Ferreira (WYcreative) e Miguel Pires (NERVO), trouxeram até à Casa da Praia do WYgroup um novo formato – Debuzz: desconstruir o hype à volta de buzzwords, e abrir espaço a conversas descomplicadas acerca de temas do momento, como a Inteligência Artificial e a Web3.
Juntos, conduziram a conversa pela amplamente divulgada inteligência artificial e pela “misteriosa” web3, procurando entender o que é essencial, partilhar experiências e identificar oportunidades para marcas e profissionais.
O Rui Ferreira deu o pontapé de saída com o mote “AI and the human in the loop”. Por um lado, uma introdução (simplisticamente) técnica e científica aos tais LLMs – Large Language Models – o que são, como funcionam e como são treinados.
Segundo o Rui, “é crucial entender conceitos high level do que são e como funcionam, para conseguir perceber o que podemos (ou não) fazer com eles”. Para lá do que é tech e geek, falou do papel do ser humano no alinhamento e interação com a tecnologia, e o seu uso em escala. Alertou também para a importância de “separar o trigo do joio”, num tempo em que “o desafio não é encontrar informação, mas sim filtrá-la”. Ainda assim, tudo aponta para que a AI passe a ser o braço direito – e talvez esquerdo – dos profissionais de comunicação e marketing. Num tweet: “AI will not replace you, a person using AI will”.
A mensagem central do estratega da WYcreative foi simples: estamos a assistir ao início de algo que “ninguém” sabe para onde irá. Falou de perspetivas e cenários futuros como territórios desconhecidos e dos mais recentes “sparks of AGI” – o vislumbre de uma inteligência artificial generalista e do quão perto estaremos de viver um “EX Machina”.
Em seguida, Miguel Pires, puxou a audiência para o presente e para aquilo que já é a realidade da internet descentralizada. Abriu as portas da web3 e o que significam, realmente, os seus princípios: transparência, confiança, propriedade e privacidade. “A web3 é sobre comunidade”, afirmou, apontando exemplos de como os NFTs estão a transformar o mundo da arte e colecionáveis e, mais recentemente, experiências. Abriu também caminho a uma nova era para as marcas na WEB3: descentralizadas, participativas e open-source. IP como ID (que significa ativos como parte da identidade digital), CC0 (domínio público), DAOS (Organizações autónomas descentralizadas) e Tokenomics (ou economias de token) são alguns dos instrumentos que tornam estas marcas diferentes e preparadas para um futuro cada vez mais descentralizado.
O Miguel Pires abordou a forma como os utilizadores se tornam detentores na web3 e, apresentou um step-by-step: como levar as nossas marcas para a web3 e como as marcas que já nasceram descentralizadas se materializam no mundo físico. Muito ficou por dizer em relação a ambos os assuntos e, por isso, adivinham-se mais momentos de partilha como este na tentativa de acompanhar os desenvolvimentos que surgem, ao minuto.
Artigo originalmente publicado na LÍDER Magazine.