D.E.I. nas Empresas. Uma tendência ou uma necessidade estratégica?

Ana Andrade - Head of People, Talent and Culture at WYgroup
Ana Andrade

Atualmente, a Diversidade, Equidade e Inclusão (D.E.I.) conquistaram um lugar central no debate empresarial, mas será que esses conceitos são realmente novos?

Em 1995, no artigo The Business Case for Diversity, Roosevelt Thomas Jr. tornou-se um dos pioneiros nos estudos que enfatizavam que a diversidade não devia ser vista apenas como uma questão moral ou legal, mas também como uma vantagem competitiva para as empresas. Roosevelt defendia que uma força de trabalho diversa não só melhoraria a tomada de decisões, como também impulsionaria a criatividade organizacional.

Nos dias de hoje, embora exista uma crescente consciencialização da importância da D.E.I. para o sucesso e crescimento das organizações, muitas empresas continuam ainda a dar pequenos passos na implementação de práticas eficazes que promovam um ambiente verdadeiramente inclusivo.

Portugal vive um cenário em que a perda de talento para mercados estrangeiros se torna cada vez mais alarmante e onde as organizações precisam urgentemente de repensar as suas estratégias para atrair e reter profissionais qualificados. É neste ponto que a D.E.I. pode assumir um papel fulcral na transformação do tecido empresarial.

A contratação inclusiva é apenas o primeiro passo, mas, por si só, não garante que todas as pessoas se sintam de igual forma valorizadas. Inclusão é mais do que proporcionar acesso, é garantir protagonismo a todos no ecossistema corporativo.

É essencial adotar uma abordagem multifacetada. O primeiro passo é investir em programas de formação especializados que capacitem lideranças e equipas na criação de ambientes empáticos. Para isso, as empresas podem recorrer a plataformas interativas baseadas em Inteligência Artificial, personalizáveis de acordo com as suas necessidades, ou aproveitar soluções já existentes, como a Jornada DEI da Olabi ou a formação E-learning “Divers@s e Ativ@s” da APPDI, ferramentas transformadoras, desenvolvida para promover a diversidade, equidade e inclusão no ambiente de trabalho bem como para mitigar a discriminação.

Se a mudança de mentalidades em prol da inclusão é um dever de todos enquanto sociedade, as empresas desempenham um papel essencial para impulsionar esta evolução. Cabe-lhes, não apenas adotar, práticas inclusivas, mas também desenvolver iniciativas estratégicas que assegurem que a diversidade é verdadeiramente privilegiada e que a inclusão está enraizada na cultura corporativa.

Afinal, construir uma cultura empresarial mais diversa e inclusiva não é apenas um desafio é uma oportunidade para transformarmos o futuro.

“Imaginar é o princípio da criação. Nós imaginamos o que desejamos, queremos o que imaginamos e, finalmente, criamos aquilo que queremos.”
— George Bernard Shaw

Artigo escrito por Ana Andrade, Head of People Talent and Culture do WYgroup, na revista LIDER.