WYtalk Kindology

WYtalk Kindology – be kind to all kinds

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A importância da saúde mental está na ordem do dia: da infância à idade adulta, os números de burnout, ansiedade e depressão têm vindo a causar prejuízos humanos descomunais. A última WYtalk da Casa da Praia recebeu a Kindology – Be kind to all Kinds, uma comunidade de psicólogos e terapeutas, com uma proposta inovadora de circularidade na saúde mental, comprometida na promoção da mesma nas organizações e na busca pela realização e felicidade, em todos os aspetos da vida.

Susana Coerver, co-founder deste projeto, abriu a sessão para falar sobre a missão da Kindology na democratização do acesso a cuidados de saúde mental, tornando-a acessível a todos, através de um modelo de responsabilidade social enquanto serviço, em que são proporcionadas consultas a quem não tem condições para pagar por uma consulta de Psicologia.

Seguiu-se Joana Pena Ferreira, uma das psicólogas – “kindologists” – que colabora com este projeto – para falar sobre kindness e do conceito de felicidade, desconstruindo as suas várias dimensões entre o ser e o estar e a sua vertente comportamental.

Partilhou o facto surpreendente de que 50% da felicidade depende da nossa genética inata, e que a restante percentagem se divide entre os 40% que dependem das nossas escolhas e atividades intencionais e os 10% que se devem a fatores externos. O foco da WYtalk reverteu assim para estes 40% que dependem efectivamente de cada um de nós, e aquilo que podemos fazer e está nas nossas mãos trabalhar.

Foi abordada a relação entre a felicidade e o bem-estar, e do papel das emoções positivas e a sua influência na nossa percepção de felicidade, através do modelo PERMA-V, de Martin Seligman, conhecido como pai da Psicologia Positiva. De forma sucinta, Joana explicou que Seligman selecionou cinco ingredientes motivacionais que contribuem para o bem-estar das pessoas:

  • P de Positive Emotions: A importância das emoções positivas e a resiliência, cultivando, explorando e integrando emoções positivas no nosso dia-a-dia, como por exemplo, passar tempo com quem gostamos ou investir em hobbies e atividades criativas que nos dêem prazer.
  • E de Engagement: O viver o momento presente por inteiro – já dizia Ricardo Reis: “Sê inteiro. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes”, tendo foco nas tarefas que temos em mãos e que fazem sentido para nós.
  • R de Relationships: O sentirmo-nos apoiados, acolhidos, amados e valorizado pelos outros, já que as nossas relações desempenham um papel relevante no bem-estar e na satisfação, e que devemos cultivar o nosso lado inerentemente social.
  • M de Meaning / Propósito: sermos guiados por um propósito de vida, envolvermo-nos com uma causa com a qual nos identificamos, sentirmos que pertencemos. Servir a algo maior que nós mesmos ajuda-nos a ter uma maior satisfação com a vida.
  • A de Achievements / Realizações: a automotivação e o estabelecer de metas autopropostas que sejam especificas e mensuráveis, sejam elas profissionais ou pessoais, contribuem para o nosso bem-estar.


Ao longo desta apresentação, a psicóloga falou do papel ativo na felicidade própria, na da comunidade, e também no impacto que as nossas ações têm no outro. Introduziu o conceito de “power-skills”, ferramentas comportamentais, que através do seu desenvolvimento e treino tornam-nos verdadeiramente competentes: esta competência é o conjunto das nossas habilidades e técnicas comportamentais, dos conhecimentos que trazemos da vida, incluindo a experiência individual de vida de cada um e a nossa atitude. As capacidades de gestão de conflitos, de comunicação, de gestão de tempo, de criatividade, curiosidade, sentido de humor, de generosidade, honestidade, resiliência, a importância do erro para a inovação, entre outras, são exemplos de skills que contribuem para esta construção de competência, e consequentemente, para uma percepção de felicidade mais ativa e mais presente.

O papel significativo da resiliência esteve em destaque – para saber sofrer, para saber sorrir – entendendo que ser resiliente não é aguentar até não poder mais, mas sabermos reconhecer os nossos próprios limites, e encontrar ferramentas para lidar com as adversidades da vida, estratégias de coping e uma gestão emocional eficaz que suportam este caminho da busca de momentos de felicidade. coping and effective emotional management that support this path of seeking moments of happiness. Tudo isto se treina, todas estas capacidades se trabalham, porque não são uma forma de ser, mas uma forma de estar.

Este conceito da importância das power-skills foi também referido no contexto do local de trabalho, juntamente com as questões de liderança, gestão de conflitos, e de gestão do tempo e de pessoas, e do papel do colaborador, para que ocorra de forma eficaz e positiva. and positive. É importante a mudança de mentalidade e de abordagem para um local de trabalho saudável e para a criação de ambientes propícios à a felicidade, seguros psicologicamente, olhando às características do trabalho em si, da cultura organizacional, das culturas internas e do desenvolvimento individual dentro das organizações. organizations.

Terminámos esta WYtalk tão enriquecedora e inspiradora com o insight fundamental de que a felicidade está intrinsecamente ligada ao nosso comportamento, aos nossos pensamentos e às nossas ações específicas, para promover o bem-estar individual e bem-estar comum.

Artigo publicado originalmente na LIDER magazine